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Assunto: Red Rocks: 25 anos. Qua Jun 18, 2008 5:37 pm
Matéria de 5 de junho de 2008
O site @U2 (atu2.com) publicou uma matéria especial em comemoração aos 25 anos do lendário show do U2 em Red Rocks - "It was 25 years ago today...U2 were live at Red Rocks" - que mais tarde viria a se tornar o álbum "Under a Blood Red Sky".
O texto foi escrito por Rashas Weber (thanks so much, Rashas!) e contou com depoimentos de Steve Lillywhite, G. Brown, Greg Wigler e Sue Carroll.
Confira agora, na íntegra e com tradução livre ao português, a matéria:
25 anos hoje... U2 se apresentava em Red Rocks (Photo credit: Greg Wigler)
Por Rashas Weber
5 de Junho de 1983, Red Rocks, Colorado. Chuva fina e neblina. Paredão de rochas iluminado. Tochas acesas decoravam o cenário. Finalmente a chuva para, e de repente, esse anfiteatro natural torna-se um espetáculo de movimento e música.
Bono com seus 'mullets', tremulando uma bandeira branca; Larry, assemelhando à uma versão ligeiramente mais velha do garoto da capa do álbum War que estava atrás dele no palco; Adam, com sua camisa desabotoada e folgada, marcando o tempo da música com o pé direito; e Edge -- Edge com cabelo!! -- com uma camisa de mangas curtas, alternando entre o piano elétrico e a guitarra.
Para a maioria dos fãs do U2, estas são imagens apenas vistas em seus televisores. Cerca de 250 mil pessoas assistiram à "War Tour" em 1983, mas apenas algumas dessas milhares tiveram a sorte grande de testemunhar em primeira-mão o show em Red Rocks.
Devido ao mau tempo, o U2 programou uma apresentação indoor (coberta) em Boulder na noite seguinte para as estimandas 9.000 pessoas que não quisessem ser incomodadas pela chuva e frio. Entretando, cerca de um terço dessas pessoas enfrentaram esses fenômenos e presenciaram à uma das mais legendárias apresentações do U2. Como o promotor do evento, Barry Fey, disse durante a aprensentação da banda: "Vocês todos fazem parte desta história!".
Há um momento lindo no vídeo do Under a Blood Red Sky onde Bono diz à multidão, "Eu nunca esquecerei desta noite. Nunca se esqueçam deste noite." Os quatro indivíduos à seguir não esqueceram, e compartilham com o @U2 suas lembranças daquela noite.
Steve Lillywhite, diretor de áudio em Red Rocks: Eu me lembro instalando o equipamento de estúdio numa pequena sala dentra das pedras e pensando, eu realmente gostaria de assistir ao show em vez de gravá-lo. Então começou a chover, olhei como se isto não estivesse acontecendo, e a notícia veio dos helicopetros envolvidos, o que implicou num certo nível de investimento.
Cerca de 15 minutos antes da apresentação, porém, a chuva parou e surgiu uma névoa maravilhosa, e foi decidido que era seguro começar neste momento. Eu fiquei parado por trás dos bastidores até a metade do show, gravando, mas como considerei que estava tudo correndo bem, não pude resistir e fui pra cima ver os meminos fazendo aquilo! Que vista; a banda passou para um novo nível...
G. Brown, escritor: Como o popular escritor de música do The Denver Post, eu ouví o album Boy em 1980 e imediatamente me apaixonei pelo som do U2. Quando U2 veio à Denver em sua nova turnê americana, com dois shows no Rainbow Music Hall, um local para 1.300 pessoas, eu escrevi várias críticas brilhantes.
Quando meus novos conhecidos irlandeses retornaram à Dever em 1983 para o show em Red Rocks, eu fiquei empolgado -- e quase criminosamente míope. Era o início da MTV e dos vídeo-clipes; eu não me toquei em filmar o show, assim como ninguém mais havia pensado nisso antes. Apesar da minha prosa mortífera nas páginas do The Post, a banda ainda não tinha muita repersussão nas rádios.
Então, quando a chuva e as baixas temperaturas ameaçaram arruinar o cenário no dia do show, e depois da promessa que dariam um novo show na noite seguinte no Boulder que era um local coberto, eu considerei seriamente que a banda aceitaria a hipótese.
Inútil dizer, mas estou muito contente por não isso não ter acontecido.
Antes do show, lembro do Bono sentando nos bastidores da sala de produção, e indo ao rádio -- ele ligou para todas as estações de rádios rock da cidade, KBPI, KAZY, KPKE, KTCL e KPPL -- para dizer aos fãs para irem ao show em Red Rocks e implorar pra que fosse atendido.
Minha lembrança mais marcante do agora legendário show foi quando Bono imortalizou seu estilo de "galdiador santo" durante "Sunday Bloody Sunday," agitando aquela enorme bandeira branca perante a multidão ao redor das grandes rochas do penhasco. Um momento que mudou a mundo rock.
Greg Wigler, fotógrafo, www.gwigler,com: Eu recordo que era um dia frio, molhado, miserável, e muitos de nós quiseram saber se o concerto aconteceria mesmo. Tinha ouvido algumas músicas do U2 numa estação FM em Denver mas havia perdido os dois shows que fizeram no Rainbow Music Hall, os quais custaram 2$ a entrada. Eu jamais imaginei que essa banda pudesse alcançar tal nível estelar. Agora soa como se tivesse visto os Beatles tocar no Cavern ou em Hamburg.
Nós esperarímos pelas duas primeiras canções para começar a fotografar, mas assim que a banda subiu ao palco a multidão avançou sobre o trilho dianteiro, e eu fiquei preso lá durante 20 minutos ou mais. Estava tão complicado que precisei pedir ao segurança que me tiressa de lá. Estava com medo de me ferir, pois o trilho dianteiro ficava numa parte alta, eu estavam me empurrando lentamente sob ela. Um outro fotógrafo quase quebrou o pé por ter sido empurrado contra esse trilho.
Foi o evento mais barulhento que presenciei, tão dolorido e eu sou um veterano dos festivais pops da década de 60, os quais se caracterizavam por bandas relativamente barulhentas, como Blue Cheer por exemplo. Eu não estou realmente certo se aproveirei o concerto ou não, pois estava andando e fotografando.
Eu poderia ter pego 'cliques' incríveis no ângulo aéro dos helicópteros, os fogos e os projetores. Pensei que estivesse perdido em uma das cenas de Apocalypse Now. No meu site, eu tenho um panorama legal da multidão toda antes do show com as nuvens cobrindo a parte de cima do rochedo.
No restaurante, após o show, muitos amigos e eu comentamos sobre o concerto. Um de meus amigos considerou a noite como uma experiência religiosa.
Sue Carroll, expectadora sortuda do show: Eu acordei com o chuvisco, frio e névoa nesse dia. Não era um bom sinal, e eu mantive meu ouvido ao rádio, crendo totalmente no cancelamento do show. As nuvens estavam baixas, sob as montanhas, que não se podia vê-las. Um pensamento de dúvida pairava sob a cabeça de todos, mas não havia anuncio nenhum sobre o cancelamento, e nós cinco -- minha irmã, eu e meus três amigos -- estávamos prontos para a aventura.
Quando estávamos indo até Red Rocks, surgiu um anúncio no rádio, que foi algo como: "A banda U2 gostaria de agradecer todos vocês que compraram o ingresso para o concerto de Red Rocks com o Divinyls e o Alarm. Como vocês sabem, o U2 planeja fimar o show e pretende seguir adiante com o plano hoje à noite. Eles gostaria que vocês fossem ao show, mas entedessem que as codições não estão boas. Então, para aqueles de vocês que forem ao concerto hoje à noite, apenas o U2 tocará para o filme. Vocês podem trazer seus ingressos amanhã à noite no Coors Event Center, em Boulder, e assistir ao show com todas as três bandas. Para aqueles com ingressos que não poderão comparecer ao show hoje à noite, tragam-no amanhã e o concerto será totalmente reembolsado. Novamente, o U2 agradece o seu apoio." Tornei-me fã alí mesmo.
Quando chegamos ao anfiteatro, estava muito frio e húmido, o que é incomum pra Denver (e Colorado). Em Red Rocks, dependendo de onde vc estaciona, você pega uma boa subida pra chegar ao anfiteatro.
Uma vez dentro, uma das coisas mais impressionantes que ví foram os fogos queimando sobre as rochas atrás e ao lado do palco. Jamais tinha visto nada parecido antes. Com o fogo e a nevoa e a neblina, estava realmente frio é mágico. Os efeitos naturais estavam bem melhor do que qualquer outro efeito especial que o dinheiro poderia comprar.
Em tempo, a única música do U2 com que me familiarizava era "I Will Follow", e fui lá pra ouvir essa canção. No entanto, Bono nos ganhou cantando ao longo do tempo, e ficamos todos juntos alí na chuva.
Após o show terminar e nós sairmos com o carro do anfiteatro, olhei ao redor do estacionamento e do local do show e ví aquelas chamas impressionantes ainda queimando sob Red Rocks. Eu estava paralizada, e fiquei lá curtindo por um instante. A imagem realmente capturou a essência da noite. Dois anos depois, comprei meu vinil do Under a Blood Red Sky e fiquei supresa e contente em ver que uma imagem muito similar foi usada na contra-capa do album.
Minha admiração, amor e lealdade ao U2 começaram nessa noite. Toda natureza, espírito, céu e tempo em Red Rocks conspiraram para fazer um perfeito chuvoso e enevoado tributo Irlandês para receber seus visitantes musicais vindos da Ilha Esmeraldina. Todos os elementos se juntaram pra fazer a história.
Assunto: Red Rocks: 25 anos. 
Qua Jun 18, 2008 5:37 pm
